Poucas pessoas sabem, mas, o mercado de uniformes profissionais no Brasil é grande. Em 2015 o Sebrae divulgou a lista das atividades que mais cresceram no Brasil nos últimos anos. Entre elas está a produção de roupas profissionais. A taxa média de crescimento foi 114%, com 627 registros criados no período de 2009 a 2012.

Em 2014, de acordo com estudo da Iemi – Inteligência de Mercado, a produção de roupas profissionais apresentou um crescimento de 9,6% em comparação com o ano anterior.

É evidente que nos últimos anos, devido a crise política e fiscal do Brasil, esses números não estão tão positivos porem, essa diminuição do mercado não afasta o potencial de mercado que o Brasil tem para produção e compra de uniformes.

O Brasil é considerado o quarto maior parque produtivo de confecção do mundo. Analisando números do Sindicato das Indústrias de Fiação e Tecelagem do Estado de São Paulo (Sinditêxtil–SP), o segmento têxtil e de confecção registrou uma queda de quase 50 mil postos de trabalhos nos últimos três anos. Entre 2013 a 2017 o emprego na cadeia têxtil caiu 6,1% no setor têxtil e 2,4% na confecção de vestuário.

De acordo com a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), em 2017, o segmento de roupas profissionais no Brasil era formado por 1.200 empresas industriais, que fabricam exclusivamente roupas profissionais e geram 52 mil empregos diretos.  Por mais delicado que a situação do mercado esteja, é inegável o potencial deste nicho.

Um detalhe que poucas pessoas entendem
A produção de uniformes tem suas particularidades no processo produtivo, uma delas é que a lógica de produção é inversa a lógica produtiva do mercado de moda tradicional. Enquanto na confecção tradicional, primeiro se produz toda coleção e depois se vende (coleção prim./verão), no mercado de uniformes é o contrario, primeiro se vende o modelo para o cliente e depois é produzido o uniforme.

Só essa mudança na lógica produtiva provoca alterações enormes na gestão, pois, alguns critérios que são prioritários em um segmento têm uma menor prioridade em outros, um exemplo disto é o prazo de entrega. Enquanto que na indústria de moda é possível fazer ajustes ao decorrer do tempo, pois o prazo de entrega é de seis meses ou talvez 1 ano, no mercado de uniforme ele é mais justo e criterioso pois o prazo de entrega é definido no momento da compra, ou seja, a empresa diz quando irá entregar  e o cliente  fica ciente, 45 dias, 60 dias, 90 dias, tudo depende do tempo produtivo, logística de entrega e etc.

As dores do mercado de uniformes
#1. Prazo. Acima estávamos falando de prazo, de fato ele é um dos itens primordiais e um dos mais complicados para serem cumpridos. É difícil de imaginar atrasos para a produção de uniformes afinal, a peça é padrão, diferente do segmento de moda em que cada modelo tem variações de estampa, bordados, tecidos e trabalhos com modelagem, já no ramo de uniforme não existe esta diversidade, o cliente possui suas características e deve-se seguir, as variações de layout esta na atividade que o funcionário irá exercer, o uniforme de gerente é diferente do uniforme operacional por exemplo. Então, porque o prazo é uma preocupação e, em alguns casos, é um problema? Porque falta ou sobra gestão de processos, ou porque falta ou ‘sobra’ sistemas ERP.

É mais comum encontrar empresas com falta de gestão, onde não existe um melhor entendimento sobre como fazer o uniforme, como organizar o processo produtivo e como deixar a cadeia produtiva organizada para cada segmento de produto.

 Principais pontos que todo gestor não observa:
1 – Controle de matéria Prima;
2 – Relação Representante/Comercial —- P.C.P;
3 – Calibragem das maquinas de costura;
4 – Plano mestre bem feito e executado;
5 – Análise de processo fabril.

 

Existem mais pontos a ser observado porem, caso o gestor da empresa não fique atento a esses pontos, com toda certeza, terá grande problemas para cumprir seus prazos.

#2. Custos, outra dor deste segmento são os custos, é evidente que controlar os custos é fundamental para o sucesso de qualquer empresa porem, no ramo de uniforme ela é tem suas particularidades.

Os problemas relativos aos custos começam na venda dos uniformes, de modo geral o representante ele atua como um ‘tirador de pedido’, isto significa que ele apenas anota o pedido do cliente e o entrega na empresa, o representante não tem a obrigação de saber que determinado tipo de bolso demora mais ou menos para fazer, que alguns tipos de tecido a empresa já dispõe de estoque, que determinado tipo de modelagem é mais custosa de ser produzido porem, a falta de informação coerente prejudica os custos finais do produto.

Na prática o representante e o departamento comercial têm uma pálida ideia de custo aproximada e, dependendo do cliente, é adicionado uma porcentagem a mais afim de garantir maior margem e cobrir potenciais prejuízos. O melhor seria se o cliente fosse avisado do seu custo real aproximado no ato da compra, imagine que o representante dispusesse de tecnologia capaz de ajudá-lo a precificar melhor os modelos que o cliente quer, imagine se o representante tivesse um recurso capaz de lhe dizer que determinado tipo de bolso é mais caro ou mais barato, que determinado tipo de acabamento é mais indicado para aquele produto, tudo isso de forma visual e intuitiva. Investir em tecnologia é essencial para garantir melhor gestão e economia, sem dúvidas.

 #3. Retrabalho. Este cenário quase não ocorre no mercado de moda, pois, a produção é de 100, 500, 1.000 peças por modelo. Já no universo workwear a produção é quase que personalizada, é claro que existe uma tabela de medida padrão porem, fisicamente, as pessoas são diferentes e muitas vezes o que chamamos de tamanho M para alguma empresa, esta mesma medida é considerada P em outras.

Isso quando existe um funcionário que foge totalmente a regra, especialmente quando entra aquele estagiário adolescente de 17 anos com 1,90 de altura, aí complica. Nenhum absurdo em resolver porem, para a empresa se faz necessário ter uma grade produtiva condizente e sua produção precisa estar monitorada para não cortar peças além do necessário, isto significa que seu estoque de peças prontas, caso você tenha, precisa estar dentro de uma quantidade ajustada a sua demanda, do contrário a empresa irá sempre produzir mais M do que P e isso significa mais prejuízo do que lucro. Sua gestão precisa a controlar isso fazendo o acompanhamento, caso disponha de tecnologia isso se torna mais fácil e dinâmico, imagine se o seu sistema pudesse sugerir grades de corte mais indicadas para cada modelo, considerando o que já está em produção e mais o que está disponível em estoque?!.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *