A prosperidade é gerada pelo lucro e não pelas vendas. Pesquisas indicam que 76% dos brasileiros gostaria de ter um negócio próprio. Número muito maior, que por exemplo, os 51% dos EUA e 23% no Japão. Por outro lado, toda essa vontade, força de trabalho e paixão pelo que faz não são suficientes para fazer o negócio gerar lucro e prosperar.
O empreendedor brasileiro, frequentemente, tem aversão ou medo dos números e das apurações financeiras na mesma proporção em que tem as outras qualidades. À primeira vista parece que as vendas são o principal medidor de competência e sucesso, o empreendedor planeja e executa o crescimento nas receitas. Contudo os custos, despesas e impostos são negligenciados e acabam consumindo todos os recursos financeiros obtidos nas vendas.
Metade das empresas não chegam a completar 4 anos e o principal motivo para isso são as dificuldades financeiras. Alguns fatores, além da falta de interesse e inabilidade com números, levam as empresas a não gerarem lucros ou até mesmo gerarem prejuízos, são eles:
1 – Existe uma equação contábil que leva o empreendedor ao erro.
Se Receitas – Despesas = Lucro, logo, o resultado negativo, ou seja, prejuízo, indica que as receitas devem ser aumentadas. Nem sempre essa é a solução, em muitos casos a redução de despesas e custos resolveriam o problema, pois o aumento nas vendas, frequentemente, exige mais capital de giro e torna os riscos do negócio maiores.
2 – A geração de lucro é comprometida pelo comportamento descoberto por Northcote Parkinson, que estabeleceu a Lei Econômica: Toda demanda se expande até a sua oferta.
Esse é um comportamento frequente no ser humano, consumimos a totalidade dos recursos que temos disponíveis. Vejam que a maioria das pessoas não consegue guardar dinheiro mesmo quando são promovidas ou aumentam sua renda, porque consomem todos os recursos financeiros disponíveis, aliás em geral, o aumento de renda só ocorre quando já existe um buraco no orçamento.
Transferindo isso para a empresa, do mesmo modo esse comportamento fará com que toda a receita seja consumida para pagar as despesas.
3 – A falta de intimidade com análises financeiras e a pouca ou quase nenhuma habilidade com apurações de resultados faz com que o empreendedor passe a administrar seu negócio olhando somente para o saldo bancário.
Essa atitude facilita o dia a dia e permite a tomada de decisão de maneira rápida, porém não é capaz de demonstrar onde está o problema, caso ele haja, nem as opções de soluções possíveis e muito menos tem a possibilidade de fazer com que a geração de lucro seja priorizada.
Portanto, se invertermos a fórmula contábil, de maneira simples o empreendedor poderá gerar lucros mesmo que continue a gerir seu negócio olhando somente o saldo bancário.
Receitas – Lucros = Despesas
Desse modo o lucro é priorizado e o que sobrar dele poderá ser gasto com despesas e custos, além disso o empreendedor será obrigado, constantemente, a avaliar seu volume de despesas, já que elas não podem consumir toda a sua receita.
O segredo desse método é guardar o lucro em uma conta bancária separada daquela usada para pagar as despesas, logo que entrarem as receitas o % estabelecido como lucro deve ser transferido para outra conta e então o que sobrou poderá ser utilizado para pagar as despesas e custos.
Uma boa estratégia é guardar o lucro em uma conta em que não tenha fácil acesso e com um tipo de aplicação que não permita resgate automático, assim elimina-se a possibilidade de sacar o lucro para pagar despesas.
Com essa simples atitude o lucro é preservado, o modelo de gestão por saldo bancário pode ser mantido e o comportamento descoberto por Northcote Parkinson é neutralizado.
Porém, não se engane. Nada substitui um bom especialista em finanças e um bom software de gestão, pois a estratégia de: Lucro vem primeiro só vai funcionar se o seu negócio, de fato, gerar lucro e isso você só descobre com dados e análises financeiras.
Adote a gestão priorizando lucro, mas também se capacite e mantenha a sua volta pessoas competentes que possam dar sustentação e apoio para o crescimento do negócio.